Prosseguindo nossa série sobre a proteção de sua empresa contra a crise (veja aqui o primeiro e o segundo posts da série), hoje vamos falar sobre o segundo passo: ter domínio sobre a sua equipe.

Aqui, estamos falando já de algo diferente do primeiro passo. Uma coisa é conhecer bem o seu negócio e o seu setor. Outra, completamente diferente, é controlar o fator humano: aqui residem alguns dos maiores perigos à empresa!

A empresa precisa saber o que é exatamente que os seus funcionários fazem e a partir disso estabelecer qual é o padrão, e o que exatamente se espera deles. Pense um minuto: Você pode confiar verdadeiramente naquilo que o seu funcionário está fazendo agora? Se a resposta não for um SIM, muito convicto, cuidado. Ainda que um erro seja cometido por um funcionário, sem que tenha havido uma ordem do dono ou do diretor, de quem é o rosto que vai sair no jornal? Do funcionário ou do dono da empresa?

As consequências do erro humano ou da mau-caratismo de um funcionário podem ser devastadoras. Podem aniquilar aquilo que anos de trabalho duro e honesto levaram para construir.

Para que você tenha domínio sobre os seus funcionários, você precisa ter regras claras e fáceis de serem seguidas. De nada adianta comprar um código de conduta pronto, como muitos vendem por aí, se ele não estiver pronto para servir perfeitamente para o seu negócio. Por isso que o primeiro passo é muito importante! Você só vai conseguir treinar bem a sua equipe se você conhecer o seu negócio melhor que ninguém e puder dizer a eles exatamente o que a empresa precisa deles. 

A partir da definição das regras, aí sim a sua equipe poderá ser cobrada, não apenas com relação à maximização da produtividade, como também na redução dos erros. Um funcionário mal-treinado ou um funcionário que não compreenda bem o seu papel dentro da empresa é perigosíssimo! Muitos dos erros cometidos pelo funcionário podem ser bem-intencionados. Se o chefe é mais insistente na mensagem “Precisamos maximizar os lucros” em vez de “Precisamos ser éticos e cumprir as leis”, na hora de lançar o pagamento de tributos, o que o seu funcionário vai fazer? Pagar todos os impostos, ou tentar economizar dinheiro para a empresa? E se o seu funcionário sonegar impostos, quem vai pagar por isso? Ele ou você?

Isso vale para todos os funcionários em todos os níveis da empresa. Todos eles precisam entender qual é o papel que eles ocupam, e todos eles precisam saber exatamente o que se espera deles. Um funcionário bem-treinado e engajado dificilmente será um foco de crise na empresa.

Guilherme Brenner Lucchesi
guilherme@lucchesi.adv.br