Como advogada, tenho acompanhado nos últimos anos diversos problemas enfrentados por famílias paranaenses. Chegam para a consulta em meu escritório apreensivos, angustiados. Ainda que a origem dos problemas possa ser diferente (contrato celebrado sem as devidas cautelas, problemas na regularização de um imóvel, necessidade de abertura de inventário após o falecimento de um parente), não raro tem como origem algum tipo de conflito familiar. E, mais recentemente, tenho auxiliado a obter soluções jurídicas para empresas familiares, isto é, aquelas em que o controle societário, ou seja, as quotas ou ações estão nas mãos de uma família e que os principais cargos da administração são exercidos pelos membros dessa mesma família. Segundo o Sebrae, em pesquisa realizada em abril de 2017, cerca de 36% das empresas brasileiras são constituídas por parentes, como sócios ou colaboradores, sendo que esse número aumenta para 59% nas empresas de pequeno porte. Se retirarmos MEI da pesquisa, esse número sobe para cerca de 80%. Contudo, é triste perceber que mais de 70% delas não chega até a segunda geração. Esse número tão expressivo motiva que as causas desse insucesso sejam investigadas. Ao pesquisar mais profundamente o tema, chegamos à conclusão de que grande parte das empresas familiares que não sobrevivem cometem os seguintes erros de gestão:
- CONFUSÃO PATRIMONIAL
- AUSÊNCIA DE METAS DE AÇÃO
- ATITUDE AMADORA
- FALTA DE COMUNICAÇÃO
- FALHA NO PROCESSO DE CAPTAÇÃO DE TALENTOS (a empresa vira cabide de empregos para parentes)
Infelizmente tais erros costumam ser fatais para que uma empresa consiga se manter sólida e saudável a longo prazo. Porém, é possível sim reverter o processo de derrocada, desde que feito o devido diagnóstico e tomadas as medidas cabíveis, por meio dos 5 pilares que sustentam a empresa familiar de sucesso:
- GESTÃO PROFISSIONAL
- GOVERNANÇA CORPORATIVA
- SELEÇÃO EFICIENTE DE TALENTOS
- PREPARAÇÃO DOS HERDEIROS
- TRANSIÇÃO DE SUCESSO ENTRE PATRIARCA E NOVAS GERAÇÕES
É perfeitamente possível trabalhar em família e ao mesmo tempo ter uma empresa próspera! Esse caminho deve ser construído com profissionalismo e maturidade para entender que os objetivos da empresa e as decisões tomadas devem apenas fortalecer os laços e sentimentos que os familiares nutrem entre si.
Luciana Pedroso Xavier
Advogada
Doutora em Direito pela UFPR



